quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Trilha sonora de "A Bela do Morro".

No próprio livro, no prefacio, quando foi relançado no site do clube de autores, havia dito que postaria em um blog qualquer a trilha sonora clandestina. Pois nunca sai ligando para os artistas e gravadoras para pedir autorização pra incluir suas músicas como trilha sonora. Quem leu o livro, me pedia a trilha sonora que distribuía particularmente para os leitores, como um brinde, mas agora ai está, pra quem quiser baixar. O livro está no site clube de autores. Já que a história tem como pano de fundo o Recife, em maioria, escolhi músicas da cena local. Havia optado por uma trilha sonora de músicas da cena independente pernambucana, mas não consegui encontrar temas que cabiam no contexto do livro e fui mais adiante não restringindo o conteúdo apenas a Pernambuco. As músicas no grosso, abordam temas relacionados ao amor. Escolhi as conhecidas e desconhecidas também, como músicas do paulista Walter Franco, do paraibano Totonho, do alagoano Wado e das musas Andrea Marquee, Mônica Feijó e Stela Campos, essa última interpretando com o Loop B um grande sucesso popular de Reginaldo Rossi. Mas tem Lula Queiroga, DJ Dolores, Junio Barreto, Mombojó, China, Mundo Livre s/a e até Chico Science & Nação Zumbi. Ta-hi, trilha sonora clandestina e não autorizada, mas quem se sentir prejudicado avise, que extraio o link imediatamente! Pois não estou vendendo a trilha sonora do livro, e sim está ai, de graça e sem fins lucrativo, com intuito de divulgar esses artistas talentosos para os amantes desavisados de boa cultura musical, e irem espontaneamente atrás das obras desses músicos.

Vai de presente a versão E-book de "A Bela do Morro" em PDF, brinde limitado! Sendo assim, fica mesmo irresistível. ;)

Gamma

Obs: se o E-book não tiver mais no arquivo zipado, é porque já esgotou! Para mais informações sobre o livro, é só acessar http://www.clubedeautores.com.br/book/42299--A_Bela_do_Morro

Baixe, pesquise e adquira a obra desses artistas:

domingo, 4 de setembro de 2011

Rock alternativo, praia & paixões


Nessa época eu marcava quatorze anos, cursava a sétima serie do primeiro grau. Não tinha dinheiro no bolso, não era surfista, não tinha carro e nem era o cara beleza padrão que as garotas curtiam. Era 1994. Residia e estudava em uma região litorânea, tendo a praia como principal entretenimento. A irmã de um colega que estudava comigo esteve na Austrália. Era uma mulher enorme. Ela trouxe do continente australiano alguns discos de rock e outros CDs, pois acontecia de forma frenética essa mudança de formato de áudio. Uma vez que fui à casa desse colega, ele mostrou o vinil dessa banda de enorme nome, importado da Austrália. A irmã dele – bem mais adulta que nós – era uma gata, um sonho de qualquer adolescente espinhoso como eu. Loira bronzeada, com todos opcionais volumosos! Ela tinha uma tatuagem tribal nas costas... Eu só a conhecia de vista, pois ela já deveria ter seus vinte cinco anos. Nunca trocou um dedo de prosa comigo. Apenas sabia que ela gostava de rock “cabeça”. Ele passou as faixas do LP em um passa-disco da Philips, enquanto conversávamos no terraço. Eu pirei com o som, com a alta harmonia... Fiquei sacando a capa do disco... Onde encontrar? Ah! Esse só na Austrália. Comprei uma fita Basf e pedi imediatamente para gravar esse disco. Eu levava essa fita para onde ia. Não saia de meu walkman. Impressionava-me tanto o som, que vez por outra ia à casa dele só para rever a capa do vinil, os dados de produção e os nomes dos músicos, em inglês australiano. No disco não tinha uma só palavra em português. Ele me disse que a irmã dele foi a um concerto de rock australiano, e apreciou de perto essa banda tocando, por isso comprou o disco. Ela deveria ter ido a estudo, fazer intercambio... Emprestar o LP jamais! Como o queria! Mas contentava-me com a fita cassete, pois o som ficou bom e eu ouvia alto, quando estava em casa, nos sábados de manhã. Se eu ia pra praia, no bar que chegava, pedia pra colocar a fita. Naquela época não existia a internet. As revistas de rock não falavam dessa banda! O nome da banda, eu nem sabia pronunciar direito, mas sabia que significava algo como “selvagens aboboras da meia-noite”. A fita foi copiada varias vezes. Pois a quem eu mostrasse, logo uma cópia surgia. A minha fita se transformou em uma matriz! Não tinha surfista que ouvisse o som dessa banda e não pirasse! Quem é? De onde é essa banda? Não tinha no Brasil! Um dia me roubaram a matriz. O colega que gravou a fita já havia se mudado e sua irmã gostosona, dona do LP, já estava morando no continente australiano, assim soube depois. Nunca mais ouvi essa banda... Passei mais de dois anos com essa fita no topo das paradas, tocando em meus tímpanos em qualquer lugar que fosse. Perde-la me fez muita falta! Era como se faltasse alguma coisa, um vício bom... Talvez foi como perder uma namorada que fazia um boquete legal! Fui até uma loja alternativa de importação de disco, caríssimo! Meu dinheiro era apenas para a passagem do ônibus que me levava ao colégio. Anos depois, quase dez anos depois... Baixei da internet, mas já não tinha meus quinze anos, nem espinhas, nem cabelos longos, já era barbudo, chato, quase não ia a praia e ouvia outros sons. Baixei, e baixou altas lembranças de uma época que a única preocupação era passar de ano na escola! Meu sofrimento não era por falta de dinheiro, era pela garota mais bonita do colégio que namorava o carinha que tomava anabolizantes e tinha um opala rebaixado. Meu vício era o rock alternativo e meu passa tempo era a praia com seu mar azul pra cacete!

A banda Wild Pumpkins At Midniht foi formada em 1984 na Tasmânia, mas é uma banda australiana. É composta por Debra Mankey nos vocais, violões e guitarra, Dan Tuffy no baixo, Michael Turner na guitarra e Ashley Davis, bateria. A banda fez turnês pela Europa e Austrália. Só em 1990 que a banda decidiu morar em Amsterdã, capital holandesa, onde fazia sucesso. Em seu período de atividade, até 1998, os “selvagens aboboras da meia-noite” gravaram treze excelentes discos. Creio que nenhum lançado no Brasil. Talvez o próprio “Strangeways”, mas nunca o vi em loja alguma. Esse em questão – Strangeways – foi gravado em Londres, em 1993. A alta harmonia dos violões, vocais e guitarras, recheiam o disco de cabo a rabo, com muitas doses de folk psicodélico! A harmonia bem trabalhada sempre foi característica forte do rock australiano. As faixas hits entre surfistas brasileiros why do i e sending vampire fizeram parte da coletânea mais vendida de rock australiano no Brasil, “Australian rock”, distribuído pela Paradoxx. Pode baixar e apreciar sem moderação! Dentro do arquivo zip, coloquei foto da banda, capa do disco e uma curiosa e bela gravura, com certeza de alguma turnê. ;)

Gamma

****excelente

gênero: rock alternativo, folk, indie, psicodelia orgânica.

http://www.4shared.com/file/V_295NcZ/WILD_PUMPKINS_AT_MIDNIGHT_-_ST.html?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Uma obra prima do punk/hardcore!


Esse já é uma raridade em formato físico. É a melhor banda punk/hardcore do norte/nordeste, e na minha modesta opinião, a melhor do Brasil. Já haviam me pedido essa obra prima do punk nacional, o primeiro disco dessa banda, depois de mais de dez anos de luta e resistência. Ainda tinham o ódio no nome, destacando os dois sentimentos mais puros a habitar o coração de um homem: o ódio e o amor. Tá-hi, cru e direto como a porrada desse grito! Um vocalista que empurra sua comunidade pra briga, instigando os jovens a vencer, um guitarrista que fabrica suas próprias guitarras, dando aula de "do you it self " e um batera preciso que arrasa nas baquetas, é porrada seca! Não tem muito o que informar, pois a música punk é direta e clara, não passa geralmente de três minutos, é pra dar o recado sem prolixidade, curto e certeiro como um tiro, na goela ou no coração. Uma banda que marcou a comunidade Alto José do Pinho no mapa do Brasil. Esse alto bairro do Recife, que usou da arte ponte para novas possibilidades, sem crise e com pressa de vencer!

Gamma

*****clássico

genero: punk/hard core

JAZZ FUZION TURCO PSICODÉLICO, COM MUITO ÓPIO!


Aka Gündüz Kutbay, Okay Temiz, acompanhado pela banda Oriental Wind, dois grandes nomes do jazz turco e da cultura asiática. Aka toca todos os tipos de instrumentos de sopro asiático. Já Okay é o Nana Vasconcelos da Turquia. Esse projeto gravado na década de setenta é raríssimo até no seu país de origem, o país de onde sai o expresso do oriente! Encontrei esse disco em um bazar, organizado por seguidores do sufismo, uma filosofia árabe, talvez/se oriente médio a seguisse, não seria a tensão secular que vivencia a terra de Maomé. Comprei por míseros cinco reais, produto importado de Stambul. O bobo que deixou essa pérola no bazar, não sabia realmente do valor artístico desse áudio sonoro. E ainda bem que veio parar em boas mãos! ;)
Esse jazz turco é um misto de funk com psicodelia e improviso, que ao invés de utilizar as possibilidades do sax – instrumento do Milles DavisAka usa flautas tibetanas, indianas, amazônicas, diversos apitos e sopros exóticos, autorais, criados pelo próprio finado Aka, um ícone musical na Turquia e em toda Ásia. A sonoridade apesar de ser oriental, soa bastante brasileira e cinematográfica, talvez pelas flautas presente em todo trabalho. Onno Tunç, que toca baixo e guitarra jogou um tempero funk jazz em algumas faixas, emprestando seu toque mais cool. O sax, chamado pelos turcos de saksafon apenas delineou o conceito étnico do som. Talvez  essa pérola rara inspirou jazzistas norte americanos para caminhos de possibilidades étnicas e psicodélicas.
Sabe aquele disco que você escuta e no meio, lá pela quinta música, sempre acontece alguma coisa extraordinária. Uma vez ouvindo esse disco, solitário em casa, recebi um telefonema do nada, hiper sinistro, mas muito interessante. Era a voz de uma mulher com sotaque estrangeiro. Ela disse que foi engano, quando eu respondi que a pessoa desejada não existia onde eu residia. Como estava sempre carente por amizades, perguntei tentando puxar assunto: que sotaque lindo, de onde você é? Da Argentina? Ela respondeu com seu português ainda em experimento, depois de uma risada: que Argentina? Sou de Ancara! Ela riu e desligou. Ao terminar o CD, que já passava da penúltima faixa, entrei na internet, para pesquisar que cidade era essa ou país... Antes que esquecesse o nome estranho, que para mim até então era um país! E que país era esse? Advinham? Ancara é a capital da Turquia! Eu achava que era Stambul! Fiquei arrepiado, como uma turca ligou do nada? E justamente no momento que ouvia um jazz turco! Mas pura coincidência, afinal, existe uma colônia considerável desse país em na capital do Amazonas. Depois ouvi várias outras vezes o Zikir e nem uma turca ligou novamente enganada. Um raio não costuma cair no mesmo lugar. ;)
Não poderia deixar de mencionar esses iluminados e talentosos músicos:
OKAY TEMIS: percussões, bateria, berimbais, tablas, maricas, etc
AKA GUNDUZ: instrumentos de sopros indianos, tibetanos, turcos, etc
TUNA OTENEL: piano
D.D. GOUIRAND: sax
ONNO TUNÇ: baixo e guitarra
****Excelente
gênero: exotic, jazz cool, experimentalismo.
Gamma
Link para download, deguste em uma viagem pelos rios amazônicos: